quarta-feira, fevereiro 20, 2019

O jeito que as pessoas passam café



Eu, dona do meu próprio nariz e do meu próprio café, dia desses comecei a devanear sobre o café de fulano e café de sicrano. Café é bebida universal e melhor amiga dos universitários e daqueles que acordam cedo.O Brasil pouco se privilegia dos ótimos cafés que colhem, quase sempre vendendo aos milhões de brasileiros a pior parte do que é cultivado em nosso solo. Chegando na sua casa, o café passa por um processo único e ,na maioria das vezes, imutável. Foi aí que parei pra pensar. Já conheci muita gente e bebi o café de tantos. Sempre a mesma bebida, nunca a mesma sensação. É que o café tem essa mania de camaleão. Ora doce, ora amargo, ora fraco, ora preto e ora com leite. Me adentrei ainda mais nesses pensamentos e conclui com veracidade o fato que: Cada café se assemelha à pessoa que o faz. E assim é. O que dizer do meu próprio café, por exemplo: Forte, pouquíssimo açúcar e em grandes quantidades. O extremo oposto me parece imbebível. À aqueles que bebem café feito chá, passo a vez. Em reflexo do meu café, me sinto dura e pouco emotiva em relação a vida no geral. O pouco de açúcar me define doçura escondida que só os familiarizados compreendem. Aline, mocinha que mora comigo, chegou com café docíssimo e em poucas xícaras. Não sou a maior conhecedora de Aline mas me parece ser a perfeita representação de seu café. Passa café com açúcar na água e mão leve de quem faz café doce. Conheço um que faz café forte e sem açúcar. Usa coador antigo, daqueles de vó que pinga só em uma caneca. A esse café já submeti sorrisos e abraços verdadeiros. Sem muito rodeios ou inventos. Mamãe passa café ora fraco, ora forte, pois não passa café todo dia e, inconstante que só, jamais faz café igual. Apesar de tudo, ainda que mamãe seja paulista de nascença, seu café é mineiro que só. Já o café de tia Rosana é café de São Paulo capital aonde os carros não param de buzinar e as pessoas de terno e gravata não param de passar. Sinto um sentimento forte de Itaim Bibi ao beber esse líquido escuro em xícaras de porcelana antigas. Acredito que regionalidade grande influencia se faz no café. Assim como a idade de quem o passa. Por fim, se faz presente na memória o café de minha sogra. Com açúcar mascavo, inédito! Poucos o tomam assim. Me recordo do seu sorriso doce tão parecido com o de minha amada e o canto da minha boca se levanta em agradecimento pleno. Ah, o café... Cada um o passa como é.

terça-feira, julho 03, 2018

Nuit


A inspiração por vezes me afoba a fala e o olhar num estado incansável de espírito e mente. Me atravessam por dentro num pleonasmo vicioso que me leva a descer pra baixo e subir pra cima repetidamente sem ao menos notar o andar e ritmo que me proponho a passear. Ontem à noite, juro que ouvi teu sussurro enterrado em cobertas e enfiado nas pilhas de travesseiro que mais parece tropeços do meu coração.Parece desacertada a velocidade em que meus pensamentos fluem e carregam-se de densa oportunidade. A imagem projetada no âmago das minhas entranhas estranham a dinâmica oferecida gradualmente, num compasso desregular e apático. Regular e amável. Dentre danças e cigarros, rodopio em meio fumaça e risadas num propósito desconhecido e ignorado.Não ignoro, no entanto, tua presença cálida e teus pés gelados nos meus. Não é indicado definir os cálculos dos ângulos que meu corpo forma quando se aproxima do teu. Não é indicado falar mais baixo e se deixar levar por perturbados conceitos sem contradição pré estabelecida. Já disse e por mais vezes repito: O caos há de reinar. A variável é essencial para aqueles que buscam mais do que os olhos vêem. A reportagem disse que quando tu foi buscar pão, na fila já souberam o que você queria. Não presumo saber algo sobre o nada que me encaixa no tudo do mundo. O fluxo de palavras, rimas e gírias se emaranham em quantidades profundas de mar... e eu? Nem nadar eu sei. O algorítimo salvo na memória interna de mim me faz traçar passos falsos, em contexto calmo e doloroso num propósito indesvendável e ao mesmo tempo palpável.Asfalto a floresta que me cresce por determinação Estatal. Aos poucos, não há árvores, não há clareiras e não há mistérios verdes. Creio que todos se transformaram em devaneios e me assombram noite à dentro na esperança de um revolução digna de mim mesma. Compartilho o que resta, o que fica. E já me basta de palavras que criam em mim indignidade de estar. Vou voando baixo, em disritmia amiga. A suave melodia se encaminha e por mim eu nego minhas escritas, minhas palavras não hão de bonificar nem a mim mesma. O complexo espaço se alinha e se infiltra no meio de minhas linhas. O tremular de minhas mãos se ajeitam nas teclas do teu cabelo e versos voltam a se formar. Completo meu peito aberto com borboletas azuis e não há mais o que falar.

domingo, junho 24, 2018

Blue Experience


Me encontro cercada por certezas incertas que me alcançam no meu mais profundo estado de mim mesma. Não me iludo fingindo ter entendimento pleno dos fenômenos que me rodeiam . Me acomodo em meias palavras, em metade do que sou e do que quero ser. A ideia do meu eu ideal me ilumina e me entristece. De mansinho, devagarinho, me perco da posição inicial sem nem ao mesmo ver como ali cheguei. Em outro ponto, outra realidade, outro estado. Tenho a sensação de que por ali já passei... Meu peito carrega um sentimento de tudo, de tanto e de mudo... Perdido em ideias atravessadas, travessas inocupadas e gente assanhada. Não sei nem como encontro tanta cara pálida! Me ajuda aí, irmão. Me propõe uma solução, se a ti competência tamanha couber. Se não, vamo vendo aonde chega essa racionalização. Não carrego em meu espírito espaço pra perfeição. Levo tudo muito numa boa, num caos ameno e um grau constante de insatisfação. Aonde tu quer chegar, estás certo que lá estás? Pois eu não estou. Essa realidade não me compõe. Me transpõe, no entanto, sentimentos profundos e não há como deixar de dizer, um tanto quanto duros em contraposição de tudo muito raso que me cerca em norte, sul, leste e oeste. Essa variação me causa arrepios e ânimos tardios que configuram duvidosa paixão. Real e não. Subjetiva dedução que enlaça verbos e pronomes num contexto pornográfico e uniforme. Sem padrão, padronizo os estágios de minha saturação, derivando meus problemas e integrando permutações.Já não sei dizer se é do coração ou não. Porra! Tu sabe que isso tudo é em vão, né não? Vou parar por aqui então. Vê se assim, tu entende, por A + B que por mais que tu queira, as coisas não assim não... E continue tua encenação!

sábado, setembro 23, 2017

Disfuncional




Antes que tudo comece, necessito de café. Preto e amargo, quente e aos litros. Houve tempos de que um chá de flores vermelhas teria me feito por satisfeita, mas além do café, a amarga aqui sou eu. Não sei muito bem caminhar nesse mundo sem meu cheiro e sensação. Sinto minha falta sem a oportunidade de ter me conhecido. Há muito que teus olhos já não mais encontram os meus e fé se tornou uma chacota existencial enfeitada de neologismos e repartições, dilacerações. Repetidas vezes, se faz presente o vazio mais latente no coração deste que lhes narra. Não há volta para sentidos passados e passados sentidos demais. Simplesmente não há espaço. Os olhos da doce menina se esvaem e dão lugar a algo inconsistente, desiquilibrado, transparente. Nada se esconde pois nada há. Parece melancólico e exagerado o conto que te conto, leitor, e garanto que é.  Me perdoe esse exagero enraizado que me cobre da cabeça aos pés, sem deixar faltar nem um centímetro do que resta de mim. Justificativas são dispensáveis e assim seja. Venho lhes contar sobre um mundo sem encantos e sem bondade. Não é nada adorável. Cito-lhe o mundo que eu e você queremos fingir não acreditar.  Cito-lhe o homem que depois de espancar tua mulher, chora um choro não válido. Cito-lhe crianças que vagam com o sentimento no coração de pura desgraça e podridão ao verem o irmão mais velho partir para longe e para onde não pode mais de ti cuidar. Cito-lhe o mundo aonde nada é o bastante, aonde nada nunca será. A comida não basta, as mães não bastam, o estudo não basta, o esforço não basta, o chá não basta, a crença pouco importa e quem dirá sobre as palavras? Estas nunca bastaram e eu me dou por vencida enquanto escritora pois nada que eu diga bastará. É triste, feio e escuro. É real e não imaginário. Enquanto todas essas dores doem, o mundo gira e o sistema é implacável lhe oferecendo apetrechos peculiares, lhe garantindo que quanto mais caros, mais bastarão. Poucos sabem que a manipulação é infindável e existe e exige de ti nada menos do que vinte e cinco horas de mascarada satisfação por dia. E no final de tudo, não bastam. Tu ainda tem que lutar. Para tantos, a luta se torna demasiado árdua, pouco arejada e forma calos aonde os olhos não alcançam, aonde ninguém, nem tu mesmo, tem acesso. É privado. É do Estado. Me indigna a indignidade na qual nos forçam a viver, tudo muito bem disfarçado e o caso muito bem abafado com a trivialidade de uma celebridade qualquer. Não há clareza mais se tua reação de questionamento é tolice ou coragem. Se for coragem, tu sabe que a carrega? Não encontro em lugar algum forças para encontrar respostas para os intermináveis porquês. O amargo do café passa a definir tudo aquilo que meus olhos míopes alcançam com dificuldade, como se fosse filtro. O amor já não se manifesta, pois também se tornou definição de causas as quais ele não basta. Esse mundo-contexto, não contesta a favor do indivíduo, se é que já um dia contestou. Tudo se parte em expectativas de vidas, índices de "desenvolvimento", gráficos, números e sistemas operacionais. De ti, meu irmão, não necessitam. Queria eu poder dizer: "Não se aflinja!". Mas não posso. Esse mundo não me cabe, não te cabe, e não cabe ninguém, pois alguém sempre é sinônimo de vida e tudo aqui deve ser cinza e funcional. Deve ser prático e lucrativo. Apático. Lhe definiram um padrão antes mesmo de tu nascer e doença classifica os passos tortuosos daqueles que o padrão não parece aceitável. Tudo muito polido, bonito, fingido. Um carro do ano, uma mulher que já atribuíram o papel de mãe sem nem mesmo antes questiona-la, pois é assim que deve ser. Quarta é dia de futebol, e nada mais importa, tu só precisa da cerveja da marca X que lhe garantiram que bastaria! Teu expediente começa as oito e termina as cinco. Ufa! "Me sentirei realizado quando tirar minhas merecidas férias."Será? Tu é pião, meu irmão. Mera parcela da população. A parte humana da humanidade foi hipotecada e vendida aos norte-americanos, não soube? No fim, nem teu caixão basta. Deveria ter sido italiano.

quinta-feira, fevereiro 02, 2017

Three parts of it all


Lembro-me bem de todos aqueles que me olharam com olhar calmo e me ofereceram palavras doces. Lembro-me pouco daqueles que dirigiram-me piscadas maliciosas. Não os acho interessante de forma alguma. A ligação que existe entre o meu eu e os meus sentidos tendenciam minha vida a intensidade constante. Sem saber sentir pouco demais, demais é o que prevalece, sempre presente. Meus ouvidos associam sons previamente conhecidos com sentimentos de época tal em que meu coração insistia teimosamente, como sou, em amar demais. Creio que erro não havia... Não tinha como haver. O tempo passa de forma extremamente imprevisível, agora. Não sei mais quanto tempo terei de me torturar com questões tão antigas e indesejadas. Devo soar "pressagiosa" e, por isso, peço perdão mas digo logo de frente que não há como evitar. Pessimismo é o mal de todos aqueles que vêem o que acontece em baixo da burguesa e hipócrita sociedade em que vivemos. Perturba-me tantas e tantas ideias que lamento serem extremamente reais. Creio que haja informação a qual possua que lhe faça sentir um pouco como me sinto. Estou enganada? A vida é uma grande cilada. E para você que duvida, espera só! Não há de demorar. Mas, calma... Cilada apenas não se é justo chamar. Existe também, muitos alguéns os quais você há de amar e hão de amar tu. E o amor, querido... Vai lhe fazer esquecer de muitos incômodos da parte "cilada"da vida. Não obstante, nunca se deixe enganar. Há ainda a parte da vida que se fala pouco e oprime a nós todos constantemente: a parte que faz você responsável por tudo aquilo que cativa. Aquilo que lhe faz responsável por tanto e tanto que às vezes não lhe cabe nas mãos e escorre entre os dedos. Tu, nega, lidará com isso sozinha e amarga, pois, novamente... és tua responsabilidade. Devemos olhar sempre bem para esse lado, pois nele se revela o que você realmente é, o que realmente quer. Conheça-te a níveis que nenhum amor ou cilada hão de alcançar, pois simplesmente será privado demais. Demais. Concorda? Todos hemos de ser felizes! Seremos! Use o futuro e o que existe. Use o que tem, o que é, o que quer e faça-se importante a si mesmo.

domingo, dezembro 04, 2016

The endless me



Fico meio sem entender se devo narrar-lhes fatos na primeira ou na terceira pessoa. Eu, pessoa tão envolvida com gramáticas e afins, sinto-me pressionada a lhes escrever de modo bonito e correto. Mas seria estranho assim querer escrever-lhes através de neologismos errôneos e português pouco formal? Há coisas e tantas dessas coisas rodeiam minha vida sem me fazer bem entender comos e por quês. Já deve ser assunto demasiado repetido pra tu, leitor, como eu me sinto. Ou virá a ser. Não controlo, porém, todo esse sentimento que me escorre por palavras de língua estrangeira, tuas línguas e por desejos que ainda não conheço. Me conheci ainda a pouco, pois o verbo haver estaria empregado errado se eu dissesse que há pouco. Como palavras podem demonstrar tudo isso que me esvai enquanto eu, mera mortal, não achei ainda muito bem o caminho o qual eu vim ou o qual devo seguir? Novamente, não está claro para mim a frequência com a qual repito esses fatos sobre mim mesma que são tão presentes que mal posso ignorar. Não sei adjetivar todas essas sensações e não sei se está tudo bem por isso. Espero que sim. O que tu não sabes, querido, e está prestes a conhecer é que eu, além de tudo, sou nada. Me encontro num espaço infinito entre aquilo que sei e aquilo que quero saber. Busco em mim mesma verbos, substantivos, razões...Encontro sempre mais questões juntas das respostas que vou juntando. Como se fosse tudo parte de um grande cenário que não se faz dia diante poucas informações. São coisas que tu não vai entender, lamento eu. Gostaria de alguém para me explicar. O mundo por vezes parece de cabeça pra baixo e acho que esse seja um modo peculiar de ver as coisas. Peculiar o bastante. Quero gritar: Sinta! - E sinto lhe alcançar em níveis proibidos à consciência palpável manipulada pelo sistema e opiniões.E nesse plano, sinto-lhe sorrir em gênero, número e grau. Devo eu acrescentar detalhes que para mim somente interessam. São coisas pouco nítidas e que necessitam de modelação especial para se aprender com pleno sucesso. Vez ou outra, penso em escrever-lhe uma carta. Essa, dentre tantas não intencionadas que já lhe escrevi, estão salvas em alguma parte, ou mais provavelmente, em todas as partes de mim. Não posso dizer mais sobre isso. Sinto que negar seja sincero e não sei porque há de existir antagonismo entre as duas palavras. Vivo sempre assim... Na beirada das coisas. Como aquela vez que acreditei ser a única pessoa no mundo capaz de andar para sempre, sempre, na beirada da calçada. Não explicarei o ocorrido em si mas o fato é que a beirada sempre me favoreceu e atraiu. Limites são minha especialidade. E ai eu caí da calçada e entendi que ultrapassar limites talvez sejam ainda mais interessantes. Busco sempre qualidades antônimas e encontro similaridades no menos similar que existe. Não tenho certeza sobre meu orgulho a respeito do assunto mas me acho bastante inteligente. Gosto de fazer chover por dentro e abraçar por fora. Parece o certo a se fazer. I feel like swinging into the Space and it feels nice and warm from inside. O que me encanta, em fato, é fazer poesia. Combinar essa palavra com aquela e aquela boca com esse sentimento e isso me faz feliz. A influência que me corre não poderia ser menos intensa, como sou. Tudo ocorre paralelamente em diversas áreas do meu corpo, cabeça e coração. O que há de errado então? 

terça-feira, novembro 29, 2016

life as it is


Sinto a necessidade de expor-lhes explicações minhas que a vós não dizem respeito algum. Procuro sempre fugir dos clichês, das frases feitas e do comum. Busco com que meus olhos enxerguem além do óbvio e o mais perto possível do sincero. Essa carta virtual não tem propósito algum e caso esteja em busca de algo prático e proposital, lamento não satisfazer sua vontade. O negócio é que a vida é muito mais que isso, não é mesmo? Vai muito além. As sensações que lhe passam no cotidiano são guardadas e organizadas de acordo com critérios tão intrínsecos a ti que nem tu mesmo sabe. Isso, creio eu, que seja normal. Dentre tantas opiniões, julgamentos, padrões, expectativas você se encontra um pouco cansado disso tudo e talvez queira só sair andando por um caminho que haja árvores grandes. Não acredito muito em acasos. Sigo a ideia que tais sejam invenções humanas (não a primeira, nem a última), criadas para satisfazer partes insaciáveis de todos nós. O complicado em ser alguém é que quase nunca você quer ser só mais alguém. Sempre há a busca por algo maior, melhor, maior quantidade (???). Quem sabe... A" verdade" estampada na tua cara não deveria ser descartada tão facilmente... Devia? Sempre há dúvidas. Nada é totalmente confiável. Tudo está sujeito a testes e análises. Até a ciência mais exata, não é tão exata assim. Tudo que você acredita está posto em observação. Desenvolva pensamento crítico! Questione a autoridade! Não se deixe levar por respostas fáceis e manipuladas. Ignore o inato sentimento humano de se manter acomodado. Isso não me leva a lugar nenhum. Ignore-o então e vá... Ache você mesmo tuas próprias respostas. Garanto-lhes que estarão erradas, mas ainda assim, amor... Serão suas!

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